Dia 23 de maio de 2008 visitei a nova sede da Fundação Iberê Camargo*, com prédio projetado pelo português Alvaro Siza e que recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza em 2002. A visita foi bem rápida devido a questões de segurança impostas pela construtora, uma vez que a obra será inaugurada no próximo 31 de maio e as obras de arte do pintor Rio Grandense já estavam sendo postas; devido a isto, além do curto tempo da visita, só fui autorizado a visitar o subsolo, onde fica o estacionamento, setor administrativo, acervo, biblioteca, auditório, café, ateliê e átrio.
Mesmo com estas restrições, foi possível perceber a riqueza da obra, existente em cada detalhe; a especificação dos materiais, acabamento, programa de necessidades, uso da iluminação natural, dimensão dos espaços e etc.. Um aspecto que me chamou a atenção foi a separação em blocos, da parte expositiva dos outros setores. Estes, com pé direito considerável, creio que duplo, ficaram parte no subsolo, parte à vista do espectador da rua; um jogo de volumes no qual o que predomina é o grande volume dedicado às exposições, com rampas-túneis que sacam do bloco fechado, levando os expectadores aos pavimetos superiores. Entretando, a idéia de Siza é que o apreciador acesse primeiramente o pavimento superior através do elevador e percorra todo os espaços de exposição de cima para baixo.
O requinte da obra já começa pelo subsolo, primeiro ambiente a ser visitado; colunas de secção circular dispostas num ritmo constante e harmonioso, sustentam a laje do estacionamento sibterrâneo, que ocupa a largura de quase toda faixa de rolamento a frente do prédio. Arquitetura e paisagem estabelecem um diálogo poético e encantador em plena margem do lago formado pelas águas do rio Guaíba, como é chamado.
Fiquei alguns minutos fora apreciando a obra; isto me permitiu tirar algumas conclusões: a forma é limpa e ao memso recortada, envolvendo curvas e ângulos retos e com uma pureza que se exterioriza através da uniformidade do material, o concreto branco.
Pequenas janelas estão dispostas nas rampas-túneis, mimetizando a paisagem do lago Guaíba.
Esta mistura de ângulos, retas e curvas imprime a obra uma forte expressão plástica e formal, gerando pesrpectivas as mais diversas e explorando ao máximo os efeitos da luz natural sobre o edifício. Tais características são capazes de provocar sensações das mais diversas no espectador, seja ele conhecedor ou não das intenções exteriorizadas pela boa arquitetura. São sensações que vão desde a surpresa, o espanto, até a estranhesa, pois se trata de algo diferente, novo, em meio a paisagem.
Esta mistura de ângulos, retas e curvas imprime a obra uma forte expressão plástica e formal, gerando pesrpectivas as mais diversas e explorando ao máximo os efeitos da luz natural sobre o edifício. Tais características são capazes de provocar sensações das mais diversas no espectador, seja ele conhecedor ou não das intenções exteriorizadas pela boa arquitetura. São sensações que vão desde a surpresa, o espanto, até a estranhesa, pois se trata de algo diferente, novo, em meio a paisagem.
É isto que faz da arquitetura arte, a capacidade de provocar emoções. A inquietação diante da obra que faz com que o espectador se transporte para outros mundos, o mundo da reflexão, do pensamento, provocado pela imagem óptica e tátil do objeto existente.
Fotos: Nikael Rocha
* Pintor Gaucho, nascido em Restinga Seca, interior do Rio Grande do Sul. É um dos grandes nomes da arte no século XX.
* Pintor Gaucho, nascido em Restinga Seca, interior do Rio Grande do Sul. É um dos grandes nomes da arte no século XX.
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